Slater Especial - Miss Universo 2012

                          Miss Universo 2012 

 Miss Estados Unidos, Olivia Culpo, acena para o público logo após receber a coroa do Miss Universo 2012, realizado em Las Vegas (EUA)     Julie Jacobson/AP

A americana Olivia Culpo, nova Miss Universo, recebe o apoio das demais candidatas da edição 2012 do concurso em Las Vegas (EUA)     Julie Jacobson/AP

Um dia após vencer o concurso de Miss Universo, a americana Olivia Culpo participa de uma entrevista em Las Vegas. A joven de 20 anos de Rhode Island (EUA) espera que a sua rápida ascensão na hierarquia do concurso de beleza, mesmo marcada por um tropeção, mostre às mulheres que tudo é possível     

Julie Jacobson/AP

Miss Universo 2012 tem dois pesos, duas medidas e uma figuraça da Venezuela

O Miss Universo 2012 elegeu nesta quarta (19), em Las Vegas, a americana Olivia Culpo, 20, como sucessora da angolana Leila Lopes no posto de mulher mais linda do mundo. Com isso, os EUA somam oito títulos na competição, que já tem 60 anos. São os recordistas, seguidos por Venezuela (seis títulos) e Porto Rico (cinco).
O anúncio do top 16 começou com susto atrás de susto, né? Turquia, Peru... vá lá. Mas Índia!? Olha, a Índia é um país abarrotado de gente, eles devem ter tipo uma centena de milhões de opções para miss, sem falar em todas as indianas que moram no Reino Unido; é gente pra dedéu, e daí mandam logo aquela candidata de ontem? Putz, manda uma atriz de Bollywood, manda Lara Dutta ou Priyanka Chopra ou Sushmita Sen ou Aishwarya Rai (mesmo gorda) voltarem a competir, mas não manda aquela ali, não. E quando ela se contorceu toda no desfile de biquíni? Vergonha alheia define.

A americana Olivia Culpo desfila antes de ser eleita a miss Universo 2012

Dois pesos, duas medidas
Sempre gostei da Culpo, mas não acho que ela tenha sido a melhor da noite. No corpo e no vestido, a brasileira era a melhor; na resposta, foi a filipina quem se destacou... Culpo ainda pisou no longo durante o desfile! Imagina se uma brasileira faz isso...
A americana tem um lindo rostinho e carisma de montão... (Se bem que em se tratando de carisma tínhamos Irenão da Venezuela, praticamente a Ivete Sangalo das misses.) Mas se a final tivesse sido disputada em outro país, ou se Culpo estivesse com faixa de outro país, a história não teria sido diferente? Afinal, o megaempresário americano Donald Trump é o dono do Miss Universo. Se fosse o brasileiro Eike Batista, já pensou? hahaha

Coroada miss Universo, a americana ganha um beijinho do patrão, Donald Trump

Na minha singela opinião, Culpo é bem mais bela do que pelo menos quatro das oito americanas eleitas miss Universo: Brooke Lee (1997), Chelsi Smith (1995), Shawn Weatherly (1980) e Miriam Stevenson (1954). Já é lucro.
A brasileira Gabriela Markus, que na grande final surgiu divando, terminou em quinto lugar. O que revoltou muita gente, claro. Talvez vencesse se tivesse dado sua resposta em inglês. Além de o Miss Universo ser um concurso americano, neste ano o evento foi sediado nos EUA. São dois motivos para responder em inglês.
Aliás, era ótima aquela pergunta, sobre as mulheres que desfilam de biquíni às vezes serem vistas como produtos. Um questionamento sobre a própria carreira de miss. Quase a mesma pergunta que fizeram à indiana Lara Dutta em 2000. Na ocasião, levantaram a bola e Dutta não vacilou: deu uma resposta eloquente, com conteúdo, em inglês, e não houve nenhum outro jeito a não ser coroá-la a miss Universo daquele ano.

A brasileira Gabriela Markus foi perfeita

Uma miss americana pode ser baixinha e revolucionar os padrões de beleza, pode ser humana, errar e pisar em seu longo, pode trupicar na passarela... Já Gabriela foi perfeita, mas pelo visto as brasileiras têm que ser mais-que-perfeitas. E não adianta reclamar. Foi-se o tempo em que a baiana Martha Vasconcellos (que falava inglês) respondia apenas "I can't speak" com lágrimas nos olhos, e acabava coroada miss Universo.
A gente pode até sonhar que algum empresário brasileiro compre o Miss Universo do Donald Trump, hahaha, ou pode fazer como os filipinos e criar nosso próprio concurso internacional (como eles criaram o Miss Terra). Mas tirando essas alternativas, as nossas representantes vão ter que ser supermisses mesmo: lindas, corpo excelente e altura, o vestido mais incrível, a passarela impecável, e não basta falar um inglês só razoável, não, porque a miss vai ter que responder à pergunta mais importante da vida dela, ao vivo, para milhões de pessoas no mundo. Mas dá para encontrar essa criatura. Os venezuelanos acharam a Dayana Mendoza, e o país deles é menor que o nosso. É uma questão demográfica!
De 2002 para cá, dentre as vencedoras que não têm o inglês como língua nativa, acho que só a Dayana Mendoza dispensou o tradutor, em 2008. Todas as outras, Oxana, Amelia, Zuzu, Riyo, Stefanía, Ximena, preferiram não arriscar e falaram em seu idioma materno. Então pode não parecer tão importante a questão do idioma. Mas se a ideia é garantir logo essa coroa (afinal, já são 44 anos na fila) e não dar margem a possíveis injustiças, o caminho pode passar pelo idioma, sim.
Mas não estamos mal, não, pelo contrário: nos últimos cinco anos, tivemos três finalistas (Natália Guimarães em 2007, Priscila Machado no ano passado e agora Gabi Markus em 2012) e uma classificação (Débora Lyra em 2010). Ou seja, estamos aí.

Venezuela!

Mas vamos falar da parte mais divertida da noite, mais louca que a Narcisa? Essa bandida roubou meu coração! Sequer consigo mais avaliar Irene Esser como se avalia uma miss. O longo verde parecia mais uma árvore de Natal do cenário, mas pouco me importa. Na hora das perguntas, sua resposta não teve pé nem cabeça, relacionando as leis e o surfe (!), mas se tornou o momento mais inusitado/adorável da final. Ela é um show à parte. Deve ser interessantíssima, uma mulher deslumbrante com um passado de baranga, sempre cheia de energia... Às vezes imagino que tenha sido criada, treinada e educada pelos mais gabaritados travestis da terra de Chávez. Torço para que ela tenha um talk-show, ou um reality show, só pra eu poder continuar vendo minha doidivanas preferida.

Rayanne comentando
Houve reclamações, mas a miss Rio de Janeiro, Rayanne Morais, fez o que quase qualquer outra miss teria feito, se tivesse sido convidada pela Band para comentar o Miss Universo: aceitou, oras.
Quem estava tenso por temer algum novo deslize de oratória/português da bela (só que desta vez ao vivo em rede nacional, virando trending topic no Twitter etc.), pôde respirar aliviado ao final da transmissão: Rayanne não comprometeu. Cada vez mais loira (e linda), foi bastante simpática e acabou se concentrando mais nas caras e bocas do que nos comentários de fato, o que mostra que ela já conhece bem os seus pontos fortes.

Olivia fala aos súditos

Fonte:Entretenimento R7