segunda-feira, abril 29, 2013

Slater - Notícias 232:Após ocupação, bandeira é hasteada no alto da favela Cerro-Corá, no Rio

Após ocupação, bandeira é hasteada no alto da favela Cerro-Corá, no Rio

PM realiza varredura e revista moradores na manhã desta segunda.
Ação representa o fechamento do cerco na Zona Sul da cidade, diz coronel.

Mariucha Machado e Renata Soares Do G1 Rio
Bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro são hasteadas pelo Bope após operação de ocupação, no alto da comunidade Cerro-Corá, no Cosme Velho, Rio de Janeiro. (Foto: Fábio Teixeira/Parceiro/Agência O Globo)
Bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro são hasteadas pelo Bope após operação de ocupação, no alto da comunidade Cerro-Corá, no Cosme Velho (Foto: Fábio Teixeira/Parceiro/Agência O Globo)
Bandeira é hasteada no alto da comunidade Cerro-Corá, no Cosme Velho (Foto: Mariucha Machado / G1)
Bandeira é hasteada no alto da comunidade
Cerro-Corá (Foto: Mariucha Machado / G1)

As bandeiras do Brasil e do estado do Rio de Janeiro foram hasteadas, por volta das 10h30, no alto da favela Cerro-Corá, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio. A comunidade foi ocupada às 5h30 desta segunda-feira (29) por cerca de 400 homens da Polícia Militar. A PM entrou na comunidade às 5h e, depois de meia hora, sem disparar nenhum tiro, realizava varredura e revistava a população.
Segundo a polícia, em um mês deve acontecer a implantação da UPP na comunidade, que vai contar com a atuação de 190 policiais.
A moradora Ana Lúcia Nunes, que vive na comunidade há 40 anos e teve a bandeira hasteada em sua casa, comemorou. "É importante, fiquei orgulhosa de ter a bandeira na minha casa. Eu não esperava. Vai ser bom ter a UPP aqui também", afirmou Ana.
Homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ação com Cães permanecem na comunidade.
Segundo o coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, a ação representa o fechamento do cerco na Zona Sul da cidade, que é um importante ponto turístico do Rio.

“A vinda do papa e o aumento o fluxo turístico explica a nossa entrada. O que acabou contribuindo para a ocupação foram os delitos ainda que estavam ocorrendo na região. O serviço de inteligência mostrava que os marginais estavam se refugiando aqui. Agora, eles perderam do território”, afirmou o coronel Frederico Caldas, destacando que trinta minutos foram suficientes para fazer a ocupação.
Até as 9h30, o Bope havia apreendido 3 kg de maconha,100 balas de fuzil, rádios transmissores e carregadores. O material foi encontrado por homens do Bope dentro de uma mochila em um terreno baldio. Por volta do mesmo horário, ninguém havia sido preso.

Duas comunidades vizinhas, Guararapes e Vila Cândida, também foram ocupadas. As três favelas ficam no morro entre as duas galerias do Túnel Rebouças.
Segundo o major Busnello, do Bope, que comandou a ocupação nas comunidades, o terreno está completamente dominado. "A comunidade agora passa para a segunda fase, que é a instalação da nossa base", afirmou o major, ressaltando que é fundamental que a população colabore e envie informações para o disque-denúncia ou para as redes sociais do Bope (twitter e facebook).
A ação é uma mudança nos planos da Secretaria de Segurança Pública, que após a ocupação da Barreira do Vasco e do Caju, em março, anunciou que o Conjunto de Favelas da Maré seria o próximo local a receber uma unidade pacificadora. O Bope permanecerá na comunidade até a instalação da UPP.
Bope conduziu a imprensa internacional na ocupação da comunidade do Cerro-Corá. (Foto: Mariucha Machado / TV Globo)
Bope conduziu a imprensa internacional na ocupação da comunidade do Cerro-Corá. (Foto: Mariucha Machado / TV Globo)
A favela fica próxima ao acessos ao Cristo Redentor, em rota que terá aumento de visitantes e deve ter a passagem do Papa na Jornada Mundial da Juventude, em julho. No início de abril, uma van com um grupo de turistas alemães foi assaltada na Estrada da Paineiras e o fato teve repercussão mundial.
Até as 10h, não havia registro de troca de tiros no local e moradores circulavam tranquilamente pela comunidade. "Aqui é muito tranquilo, é um recanto de turistas. Aqui, à noite, as pessoas se reúnem para um pagodinho. Eu nasci e fui criada na comunidade. Moro aqui há 54 anos", contou a professora Marisa Jorge.

Mais de 30 UPPs
Inspiradas em experiência de Medelín, na Colômbia, o programa do governo do estado que deu origem às UPPs começou dezembro de 2008, com a instalação da primeira unidade, no Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul. Desde então, 32 UPPs já foram implantadas, com mais de 8 mil policiais, e a previsão é de que, até 2014, sejam mais de 40 unidades, e equipe de 12,5 mil.
A última ocupação foi em 3 de março, nas comunidades do Caju e Barreira do Vasco, que tiveram a UPP instalada em 12 de abril, como parte de uma estratégia para entrar no Conjunto de Favelas da Maré, uma das regiões de maior atuação do tráfico.
As UPPs em operação abrangem 222 comunidades e beneficiam mais de 1 milhão de pessoas das áreas pacificadas. Até 2014, serão beneficiadas outras comunidades, abrangendo mais 860 mil moradores das Zonas Norte e Oeste do Rio, Baixada Fluminense e outras cidades com grande concentração urbana. Além disso, a Polícia Militar criou um banco de talentos para identificar policiais com formação em outras áreas de conhecimento, que possam agregar mais qualidade ao serviço prestado às comunidades.

Polícia Militar ocupa a comunidade Cerro-Corá (Foto: Editoria de Arte/G1)

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