sexta-feira, março 01, 2013

Slater - Noticias 221:Greve de ônibus no Rio será mantida por tempo indeterminado

Greve de ônibus no Rio será mantida por tempo indeterminado

Decisão foi tomada em assembleia no início da tarde desta sexta-feira (1º).
Novo encontro para discutir a paralisação está marcado para segunda (4).

por Renata Soares
Ônibus circulares parados em garagem no Rio de janeiro em dia de greve (Foto: Alexandre Durão/G1)

Após uma assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (1º), no Guadalupe Country Club, no Suburbio do Rio de Janeiro, motoristas e cobradores de ônibus decidiram manter a greve iniciada à 0h. A paralisação afeta ao menos 1,5 milhão de passageiros, que tiveram problema para chegar ao trabalho, esperaram por longos períodos nos pontos e encheram as estações de metrô da cidade.
"A categoria decidiu manter a greve por indeterminado. Vamos cruzar os braços agora. Dia 4 (segunda-feira) temos uma assembleia às 18h para tentar algum avanço. Nossa greve não é ilegal porque estamos fazendo tudo dentro dos parâmetros corretos e não há ilegalidade, uma vez que 20% da frota está na rua", disse o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Sebastião José da Silva.
Os rodoviários pleiteiam um aumento salarial de 15%, o fim da dupla função, na qual o funcionário atua como motorista e cobrador, além de benefícios como vale-alimentação, cesta básica e plano de saúde.
A Rio Ônibus, sindicato patronal, oferece 8% de reajuste. A organização entrou com uma ação na Justiça solicitando que a greve seja declarada ilegal e, com isso, suspensa. O Tribunal Regional do Trabalhou não informou quando será o julgamento.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que as empresas de ônibus sofrerão punições por não cumprirem a prestação de serviço diante da greve dos rodoviários. Em entrevista ao RJTV, Paes não explicou o tipo de punição a ser aplicada às empresas, mas afirmou que a Prefeitura está trabalhando para diminuir os transtornos à população (veja o vídeo ao lado).
"O que eles nos ofereceram durante a semana é uma vergonha. Oito por cento é muito pouco. Nossa cesta básica é a menor do Brasil e não temos sequer um plano de saúde. Se a gente sofrer com dor na coluna, tem que ir a um hospital público", disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, José Sacramento.

Confusão
Pouco antes do resultado da assembleia, grevistas tentaram impedir a passagem de alguns coletivos que tentaram furar a paralisação na Avenida Brasil. A confusão aconteceu por volta das 12h30, em frente ao Guadalupe Country Club. No protesto, eles quebraram o retrovisor de um coletivo e jogaram ovos em outro. PMs do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) foram ao local para conter o tumulto. Integrantes do sindicato dos rodoviários também pediram aos trabalhadores para que não agissem com violência. Ninguém ficou ferido.
 
Mais cedo, 68 ônibus das empresas Pégaso e Jabour, alimentadores do BRT Transoeste, foram apedrejados por grevistas quando deixavam as garagens localizadas em Santa Cruz e Campo Grande, respectivamente, na Zona Oeste do Rio.
Durante a madrugada, uma confusão entre grevistas e funcionários da empresa Santa Maria, na Estrada Coronel Pedro Correa, foi registrada. Segundo Lélies Teixeira, presidente da Rio Ônibus, ninguém ficou ferido e a Polícia Militar foi acionada para reprimir as ações.

Metrô e trens reforçados
A concessionária Metrô Rio trabalha desde as 5h desta sexta-feira (1º) em operação especial para tentar dar vazão ao aumento no fluxo de passageiros, previsto em 15% devido à greve dos funcionários de ônibus, iniciada à 0h.
Os ônibus de integração, chamados de Metrô na Superfície, porém, também estão parados, pois são operados pelos rodoviários. A estação final na Zona Sul é a Siqueira Campos, em Copacabana, já que Cantagalo e General Osório estão fechadas para obras de ampliação.
Segundo a concessionária, toda a frota de trens do metrô está disponível para atender aos passageiros, com extensão dos horários de pico. A operação será mantida até o final da greve.
A SuperVia informou que está preparada para atender a possível ampliação da demanda de passageiros em virtude da greve dos rodoviários. Poderão ser realizadas viagens extras nos ramais afetados pela paralisação do transporte por ônibus. A empresa reforçou sua equipe de atendimento para garantir segurança e bem estar dos passageiros nas viagens.

20% da frota
A estimativa da Rio Ônibus é de que, até as 10h desta sexta-feira (1º), apenas 1.835 dos cerca de 9 mil ônibus municipais do Rio de Janeiro entraram em circulação devido à greve dos rodoviários.
O número corresponde a pouco mais de 20% da frota, o que é insuficiente para garantir o mínimo normalmente estabelecido pela Prefeitura para não comprometer a população, que é de 30%, no caso do Rio.

Cobrança abusiva
Cerca de 65 agentes, entre fiscais da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e policiais militares, estão escalados para fiscalizar transportes irregulares no final da tarde desta sexta-feira (1º), principal horário de volta do trabalho. A ideia é coibir a cobrança abusiva por motoristas de vans e táxis devido à escassez de ônibus causada pela greve dos rodoviários.
A fiscalização vai se concentrar no Centro, onde há maior movimentação de passageiros em pontos de ônibus. Os principais locais são em torno da Central do Brasil e da Rodoviária Novo Rio, além de vias principais, como as avenidas Presidente Vagas e Francisco Bicalho.
Pela manhã, diversos taxistas cobraram preços mais caros, recusaram-se a fazer determinados trajetos e impuseram itinerários diferentes dos pedidos pelos passageiros, o que não é permitido pela legislação.

76 escolas sem aula
A Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que 76 escolas da rede pública de ensino estão sem aula nesta sexta devido à greve dos rodoviários. Além deste número, seis unidades de ensino estão funcionando parcialmente. A secretaria não soube informar a quantidade de escolas sem aula em cada região da cidade, mas disse que a área mais afetada é a Zona Oeste.

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